Pesquisa

A biotipologia no Brasil em meados do século XX: Juvenil Rocha Vaz e a clínica propedêutica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro

Vigência: Fevereiro / 2012 a Janeiro / 2014
Financiamento: FAPEMIG – CAPES/DAAD: Visita de curta duração a Alemanha

Equipe de Trabalho
Coordenação

Ana Carolina Vimieiro Gomes

Vice coordenação
Meily Assbú Linhales

Doutorandos
André Luiz dos Santos Silva

Bolsista
Barbara Siqueira Sena Dutra

Resumo
É um projeto que tem como tema geral a história do processo de constituição de campos de conhecimentos científicos no Brasil. Busca-se analisar a acomodação de um modelo de cientificidade para as ciências biomédicas baseado em pressupostos de quantificação e de qualificação dos fenômenos corporais. Esse novo olhar da ciência sobre os corpos circulou no Brasil desde fins do século XIX e parece ter se consolidado ao longo do século XX. Um dos campos de conhecimento biomédico onde esse modelo esteve presente foi a biotipologia. O propósito dessa pesquisa é então analisar a história desse campo científico no Brasil em meados do século XX (1930-1950), em que se propunha a qualificação dos corpos das pessoas, em termos morfológicos, fisiológicos e de temperamento. Um dos protagonistas na emergência da biotipologia no Brasil foi o médico Juvenil Rocha Vaz (1881-1964). Rocha Vaz era mineiro, nascido na cidade de São Pedro de Alcântara, formado na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde também foi professor da cadeira de clínica propedêutica, a partir de 1919. Em torno dessa cadeira de clínica propedêutica, existia um laboratório de biotipologia, denominado “Serviço do Prof. Rocha Vaz”. Pretende-se investigar como e porque esse Serviço foi lugar para a realização de pesquisas de classificação biotipológica dos corpos dos brasileiros e, com isso, entender de que maneira a biotipologia era lá praticada. Supomos que esse campo científico foi instrumento “biopolítico” para estabelecer, por meio de classificações de biótipos, hierarquias na diversidade corpórea dos brasileiros, definir padrões de normalidade e saúde corporal bem como, avaliar a propensão das pessoas para desenvolver determinadas doenças. O apoio financeiro do Programa Universal da FAPEMIG será de valia para proporcionar condições estruturais e recursos humanos para iniciar esta pesquisa que, ressalta-se, é parte da atividade científico-acadêmica do meu Estágio Probatório na UFMG.